SIMÃO E O BOTÃO



Para conseguir que eles arrumem o quarto,
quase nada adianta,
mas vale a pena tentar.




Era uma vez um menino chamado Simão
que gostava muito de brincar com um pequenino botão.

Sempre que o Simão se sentia triste,
segurava o seu amigo botão
apertando-o
com toda a sua força na palma da mão.

Outras vezes,
quando fazia alguma coisa de que se orgulhava
e que o deixava feliz,
o Simão logo ia contar,
com todo o entusiasmo,
ao botão.

No fim
dava-lhe sempre um doce e suave beijo de gratidão
por ter um amigo que o escutava a qualquer hora,
sempre pronto para o confortar e ouvir nos piores e melhores momentos.

Foi por isso que naquele dia ao acordar,
e depois de não o encontrar,
que o Simão se sentou na beira da cama
a chorar.

Procurou por todo o lado,
dentro do seu quarto, o seu mundo.
Debaixo da cama, como se fosse no fundo do mar.
Em cima do armário, como se de uma nuvem se tratasse...
e do botão, nem sinal.
O menino já não sabia o que fazer.
Onde estaria?

Na noite anterior,
a mãe, antes de o deitar,
bem lhe pediu por mais de uma vez para ele ter cuidado e guardar o amigo de estimação,
mas o Simão não fez caso.
Distraído com as brincadeiras e traquinices,
nunca mais se lembrou
do que a mãe lhe ordenou.

E agora o Simão sente medo
de não voltar a ver mais o seu botão.
E que falta que ele lhe faz.
Nunca antes tinha dado conta.

Eis,
se não quando,
enquanto observava uma lágrima que lhe escorregava pela face
até esta tocar no chão,
ouviu um barulho: plim.

A lágrima,
embora pequenita,
bateu nalguma coisa que fez o Simão sorrir de imediato.
Ali, aos pés da cama, bem perto, por sinal,
onde o Simão estava sentado a chorar,
lá estava ele,
o seu amigo botão,
quase escondido no meio de inúmeros brinquedos espalhados pelo chão.

Rapidamente pegou nele,
e logo ali, naquele momento,
o Simão prometeu a si mesmo nunca mais deixar de cuidar do botão
com todo o cuidado e dedicação.

A partir daquele dia iria dar sempre ouvidos ao que a mãe lhe dizia.
Quando ela lhe pedisse para arrumar alguma coisa, ele não voltaria nunca mais a deixar de o fazer,
pois não queria voltar a sentir outra vez a ausência daquele amigo
do coração: o botão.

FIM
(Quero acrescentar que o Simão é o meu filho mais novo, e que esta "estória" foi escrita se bem me lembro quando ele tinha três anos. Ainda hoje é válida. Eles nunca arrumam o quarto)