UM AMOR PURO

Antecipando um fim-de-semana de Amor Puro…sem fronteiras, barreiras, preconceitos…aqui fica mais um pedaço de mim. Uma das cenas mais ousadas do livro “Céu Negro”. Só para abrir o apetite de quem está enamorado. O resto depende da imaginação de cada um dos que se conectem a este blog. Só três conselhos apenas: neste caso, o uísque bebe-se antes (para descontrair); a cigarrilha consome-se depois (para relaxar); a música, essa pode ser usada exaustivamente, enquanto houver energia…durante…antes e depois.
A emoção é permanente se o Amor for Puro.




Os dias, as semanas e os meses foram passando.
Sempre que podia, Jorge metia-se num avião e ia passar três ou quatro dias a casa.
Nos primeiros tempos, chegou a fazer a viagem duas vezes, e uma vez por outra, quando a saudade apertava um pouco mais, três vezes por mês. Porém, com o passar do tempo, e porque as viagens não ficavam nada baratas, a regularidade das idas a Portugal foi diminuindo.
Um ano depois, o normal era deslocar-se a Lisboa apenas uma vez por mês. Inicialmente, Isabel fazia pequenas birras, mas com o tempo, e compreendendo que não havia necessidade de gastos em demasia, foi aceitando e convivendo com o marido apenas um fim-de-semana a cada trinta dias. A escola mantinha-a ocupada. De resto, existia o telefone. Era por cabo telefónico, entre Oeiras e Lyon, que Isabel e Jorge desabafavam um com outro, faziam planos e projectos para o futuro próximo, discutiam algumas vezes, trocavam juras de amor e, algumas vezes, chegavam mesmo a namorar, estimulando-se mutuamente com as palavras sussurradas e as respirações aceleradas e ofegantes. Foi ainda no decorrer desse primeiro ano de ausência de Jorge que, e após reunidas as condições de ordem financeira, tomaram a decisão de se aventurarem na compra do há muito desejado e ambicionado andar nas Amoreiras. Foi uma época tremenda para ambos, que tinham que aproveitar todos os instantes, minutos e segundos, das curtas presenças de Jorge em Lisboa, para tratar de todo o processo burocrático relacionado com a compra da nova casa. Apesar de extenuados, devido ao trabalho, e sobretudo, no caso de Jorge por causa das viagens relâmpago a Lisboa, durante cerca de um mês, a verdade é que o casal andava feliz. E o afastamento a que estavam obrigados por questões profissionais era compensado com uma entrega total a que ambos se dedicavam, quase sem limites, quando estavam juntos. Como se estivessem sempre a viver o primeiro e último encontro das suas vidas.
Certa vez, a meio de semana, e sem avisar, Jorge resolveu surpreender Isabel e fazer uma visita relâmpago. Tinha de regressar ao trabalho vinte e quatro horas depois, mas as saudades sentidas eram tão fortes que não resistiu, e meteu-se num avião apenas para ir passar a noite com a mulher, nessa altura, já no novo apartamento nas Amoreiras.
Nesse fim de tarde, após mais um cansativo e desgastante dia de aulas, Isabel chegou a casa e Jorge já se encontrava por lá. Ela ficou admirada, sensibilizada e, acima de tudo, muito satisfeita, mas não deu logo a entender. Sentia-se realmente cansada, cheia de stress e a precisar urgentemente de um duche que lhe aliviasse a tensão e a ajudasse a relaxar. Ainda assim, agradeceu-lhe a simpática e agradável surpresa com um longo beijo, ao que Jorge retribuiu, algo ansioso e com provocação à mistura, acariciando todo o seu corpo ao nível das mãos. Mas Isabel, revelando enorme cansaço, não se sentia minimamente capaz de retribuir as carícias do marido. Pediu-lhe desculpa, foi buscar o roupão e começou a preparar-se para tomar um duche. Quando entrou na casa-de-banho deu de caras com Jorge, todo nu, com um ar provocante e, nitidamente, excitado. A água já corria, quente e envolvendo o ambiente numa nuvem de calor muito intensa.
O duche da suite não é um local onde o espaço abunde, o que favorece o roçar dos corpos de ambos e a cumplicidade entre o casal. Isabel ficou relaxada ao sentir o duche a jorrar sobre a cabeça, ao sentir a água a percorrer todo o seu corpo, como se se tratasse de uma cascata a deslizar pela sua pele. Nessa altura, fechou os olhos e conseguiu imaginar essa sensação agradável que a invadia.
Jorge deitou umas gotas de gel de banho numa esponja e começou a lavar-lhe as costas, num movimento lento e circular de ondas, que alargam cada vez mais, primeiro chegam até ao meio das costas, depois até à cintura e, por fim, às nádegas. Ela ia desfrutando em silêncio, enquanto sentia na pele aqueles movimentos excitantes e relaxantes. Ele começou a subir a esponja para o abdómen e os seios. A mulher ia sentindo o calor a aumentar, até atingir a temperatura da água.
A nuvem de vapor criou um ambiente de sonho.
Ele deixou cair a esponja e começou a utilizar a mão para ir espalhando a espuma do gel, com carícias que começaram a invadir todos os recantos do corpo de Isabel. As pontas dos seus dedos escorregaram sobre a sua pele molhada, e introduziram-se por dentro das nádegas. Ela, num gesto instintivo, empinou-se para trás, evitando que os dedos que faziam aumentar a sua paixão se escapassem. Jorge encostou o seu corpo molhado às costas de Isabel, e o seu membro erecto ficou aprisionado contra a sua pele vermelha e quente. Os movimentos tornavam-se cada vez mais rápidos, o barulho da água a cair do duche confundia-se com os gemidos que se iam soltando naquela casa-de-banho, já envolta numa densa nuvem de vapor. Ambos fixaram os pés no tapete de banho e, sem se voltar, Isabel abriu as pernas e apoiou as mãos contra a divisória do duche para que Jorge a pudesse possuir sem qualquer resistência.
Os dedos dele fizeram uma última viagem do ânus para o clítoris, massajando-o intensamente. De repente, Jorge agachou-se e passou-lhe a língua pela vagina. Depois, levantou-se e decidiu possui-la de costas, como que adivinhando os seus desejos.
Enquanto a água continuava a cair sobre ambos os corpos e os fluidos se misturavam, ele segurou-a com mais intensidade e com maior firmeza pelas ancas, e penetrou-a profundamente. Ela levantou as nádegas para facilitar a entrada do pénis, e ele começou a avançar num ritmo lento que foi aumentando progressivamente. Isabel sentia as mãos do marido a acariciar insistentemente os seus seios, enquanto aquele bendito membro entrava dentro do seu corpo, invadindo todo o seu ser, despertando-lhe as mais variadas sensações. A dor inicial desvanece e transforma-se lentamente num prazer alucinante que lhe ia prendendo os movimentos. Ela sente que aquele pénis dentro de si está a ponto de explodir de excitação a qualquer altura, e sente que também o seu orgasmo se vai aproximando. As contracções aumentam. E, a dado momento, sente o marido soltar todo o seu prazer intenso, pleno e interminável, dentro de si. O barulho da água que salpica os corpos não consegue abafar os imensos gemidos de prazer.
O duche acaba mas deixa uma marca inconfundível de prazer em ambos os rostos. Isabel, agora profunda e perfeitamente relaxada, já não recorda nada do que se passou antes de chegar a casa. Jorge, extasiado, mas tranquilo, solta um sorriso enquanto lhe passa, pela cabeça, que valeu a pena ter feito aquela viagem relâmpago a Lisboa.