DO PÉ PARA A MÃO


Apenas porque me apeteceu brincar com as palavras



No fundo do quintal
Sente-se um cheiro brutal
De estrume animal
Para permitir ao batatal
Não ser devorado pelo pinhal

Ao longe onde me sento e descanso
Sem ter por perto um pinheiro manso
Consigo vislumbrar um ganso
Que me parece tonto e tanso
Como eu quando me canso

Sofro de um tremendo mal
Não sou nada espiritual
A vida corre-me de maneira tal
Que eu por sinal
Até me sinto imortal

Perguntem-me agora se sou louco
E eu responderei que não sou pouco
Por isso permitam que diga apetecer-me um coco
Mesmo que não me dêem troco
Ao menos alguém me dê um soco

Ajudem-me por favor a acordar
Deste sentimento de pesar
Que eu já não consigo sequer controlar
Por muito que ouse tentar
O tempo enfim não me deixa parar

No fim não perguntem o que isto quer dizer
Pois que nem eu sei responder
O melhor mesmo que têm a fazer
É pensar que eu até senti prazer
Nesta coisa sem nexo que estou a escrever

Contudo há coisas que vão ficar
Embora estes versos não sejam para decorar
Quase consigo enxovalhar
Quem por poeta se faz passar
Mas não sente o prazer de poder gozar

Porque a poesia é coisa séria dirão
E só é obtida com muita sofreguidão
E eu sou apenas um parvalhão
Que não tendo com a técnica grande comunhão
Consegui escrever isto do pé para a mão

IMP.COMPLEMENTAR:

Na Guiné o “nino” vai hoje a enterrar
Esperemos que a situação não se venha a agravar
Porque aquele povo pior não merece passar
Já são demasiados anos a penar.
Por cá o “zédu” anda a passear
O “filósofo” e Portugal lá terão que ajoelhar
Enquanto o absurdo “be” diz que não o quer encontrar
Que chatice!...Agora não fui capaz de rimar.
Lembra-se o “chico” onde Angola as armas foi buscar?
Bem sei que as memórias vão só até onde se desejar
Pois mais vale estar calado do que falar por falar
As pessoas já andam tristes demais. Não vale gozar.
E o “silva” diz que para o desemprego solução não pode arranjar
E o “santos” que na Europa o IVA quer baixar
Oh, Meus amigos! Vão no “dito”…levar
Porque ao povo não há mais que enganar.
E tirar.
E roubar.
É só chorar!
Só chorar!
Chorar!