As pessoas poderão esquecer rapidamente o que dissemos um dia. Mesmo porque por vezes somos traídos pela memória.
As pessoas poderão esquecer até mesmo o que fizemos, com o passar dos anos, porque a memória costuma empalidecer com o decurso dos anos.
Mas de algumas coisas eu tenho a certeza: as pessoas nunca se esquecerão de como as fizemos sentir, da amizade que oferecemos, da emoção que proporcionámos, da solidão que preenchemos com a nossa presença, do amor que semeámos.
As pessoas poderão esquecer até mesmo o que fizemos, com o passar dos anos, porque a memória costuma empalidecer com o decurso dos anos.
Mas de algumas coisas eu tenho a certeza: as pessoas nunca se esquecerão de como as fizemos sentir, da amizade que oferecemos, da emoção que proporcionámos, da solidão que preenchemos com a nossa presença, do amor que semeámos.
Qual será a parte mais importante do corpo?
Eis uma questão, com certeza, de difícil solução.
Pois bem, uma jovem mãe perguntou, certo dia, e pela primeira vez, ao seu filho, ainda muito jovem, exactamente isso.
O menino pensou um pouco e lembrou-se de como o som é importante para os seres humanos, permitindo que as pessoas se ouçam umas às outras, permitindo, da mesma forma, que se entendam os sons dos animais, do vento, da chuva, da música. Por isso, respondeu: “ - são os meus ouvidos, mãe”.
“- Não, não acertaste. Mas não te preocupes. Continua a pensar no assunto. Qualquer dia, eu volto a fazer a pergunta.”
Algum tempo se passou até que a mãe tornou então a fazer a mesma pergunta ao filho. O garoto, que desde a sua primeira tentativa de resposta, frustrada, pensara muito no assunto, respondeu logo: “- Mãe, a visão é muito importante para todos. É ela que nos permite vislumbrar a beleza das cores, a cara das pessoas de quem gostamos, as cenas dos filmes, e tantas outras coisas. Então, acho que os olhos são a parte mais importante do corpo.”
“- Tu estás a aprender depressa” - disse a mãe, “- mas a resposta ainda não está correcta. Pode-se viver sem a visão. Pensa só em quantos cegos existem no mundo.”
Ainda assim, o menino não desistiu, e apesar do tempo ir passando, ele lá continuava a pensar naquela pergunta e em qual seria a resposta correcta para ela. Uma vez por outra, a mãe voltava à carga e a cada resposta dele, ela frisava: “- Não, não é essa a parte mais importante do corpo. Mas tu estás de facto a ficar mais esperto a cada ano que passa, meu filho.”
Enfim, alguns anos mais tarde, no dia da morte do seu avô, todos lá em casa ficaram tristes. Ele era uma pessoa muito terna e por isso muito amada pela família. Todos choraram bastante a sua perda. O jovem chegou até a ver o pai chorar. E aquilo, naquele dia, marcou-o profundamente porque era apenas a segunda vez, na sua vida, que via o pai chorar.
Então, a determinada altura, a mãe olhou para ele, no exacto momento em que o filho se aproximou do caixão para, intimamente, dirigir um até logo mais prolongado ao avô.
Inesperadamente, ela perguntou-lhe: “- Filho, agora já sabes qual é a parte mais importante do corpo?”
O rapaz ficou chocado. Aquele não era o momento próprio para fazer aquela pergunta. Mesmo porque, desde a infância, ele sempre levara tudo aquilo à conta de um jogo entre os dois. Um jogo que ele pensava ganhar um dia, quando descobrisse a resposta correcta.
Mas, aquele momento era de muita dor para se pensar no jogo. Ainda confuso, ouviu a mãe dizer-lhe baixinho: “- Esta pergunta é muito importante. Mostra como tu viveste realmente a tua vida. Para cada parte do corpo que tu disseste sempre que fiz a pergunta, eu respondi que estavas errado. Mas hoje é o dia em que precisas de aprender esta importante lição.”
Naquele momento ela olhou o filho daquele jeito que somente uma mãe pode e sabe fazer. Havia lágrimas nos seus olhos quando lhe disse finalmente: “- Meu querido filho, a parte mais importante do corpo é o teu ombro.”
“- Porquê mãe? Porque sustenta a minha cabeça?”
“- Não, filho. Porque ele pode apoiar a cabeça de um amigo ou de alguém que ames quando eles choram. E todos precisam de um ombro para chorar nalgum momento das suas vidas. E eu espero que tu tenhas bastante amor e amigos. E um ombro sempre disponível se por acaso alguém precisar de chorar.”
Eis uma questão, com certeza, de difícil solução.
Pois bem, uma jovem mãe perguntou, certo dia, e pela primeira vez, ao seu filho, ainda muito jovem, exactamente isso.
O menino pensou um pouco e lembrou-se de como o som é importante para os seres humanos, permitindo que as pessoas se ouçam umas às outras, permitindo, da mesma forma, que se entendam os sons dos animais, do vento, da chuva, da música. Por isso, respondeu: “ - são os meus ouvidos, mãe”.
“- Não, não acertaste. Mas não te preocupes. Continua a pensar no assunto. Qualquer dia, eu volto a fazer a pergunta.”
Algum tempo se passou até que a mãe tornou então a fazer a mesma pergunta ao filho. O garoto, que desde a sua primeira tentativa de resposta, frustrada, pensara muito no assunto, respondeu logo: “- Mãe, a visão é muito importante para todos. É ela que nos permite vislumbrar a beleza das cores, a cara das pessoas de quem gostamos, as cenas dos filmes, e tantas outras coisas. Então, acho que os olhos são a parte mais importante do corpo.”
“- Tu estás a aprender depressa” - disse a mãe, “- mas a resposta ainda não está correcta. Pode-se viver sem a visão. Pensa só em quantos cegos existem no mundo.”
Ainda assim, o menino não desistiu, e apesar do tempo ir passando, ele lá continuava a pensar naquela pergunta e em qual seria a resposta correcta para ela. Uma vez por outra, a mãe voltava à carga e a cada resposta dele, ela frisava: “- Não, não é essa a parte mais importante do corpo. Mas tu estás de facto a ficar mais esperto a cada ano que passa, meu filho.”
Enfim, alguns anos mais tarde, no dia da morte do seu avô, todos lá em casa ficaram tristes. Ele era uma pessoa muito terna e por isso muito amada pela família. Todos choraram bastante a sua perda. O jovem chegou até a ver o pai chorar. E aquilo, naquele dia, marcou-o profundamente porque era apenas a segunda vez, na sua vida, que via o pai chorar.
Então, a determinada altura, a mãe olhou para ele, no exacto momento em que o filho se aproximou do caixão para, intimamente, dirigir um até logo mais prolongado ao avô.
Inesperadamente, ela perguntou-lhe: “- Filho, agora já sabes qual é a parte mais importante do corpo?”
O rapaz ficou chocado. Aquele não era o momento próprio para fazer aquela pergunta. Mesmo porque, desde a infância, ele sempre levara tudo aquilo à conta de um jogo entre os dois. Um jogo que ele pensava ganhar um dia, quando descobrisse a resposta correcta.
Mas, aquele momento era de muita dor para se pensar no jogo. Ainda confuso, ouviu a mãe dizer-lhe baixinho: “- Esta pergunta é muito importante. Mostra como tu viveste realmente a tua vida. Para cada parte do corpo que tu disseste sempre que fiz a pergunta, eu respondi que estavas errado. Mas hoje é o dia em que precisas de aprender esta importante lição.”
Naquele momento ela olhou o filho daquele jeito que somente uma mãe pode e sabe fazer. Havia lágrimas nos seus olhos quando lhe disse finalmente: “- Meu querido filho, a parte mais importante do corpo é o teu ombro.”
“- Porquê mãe? Porque sustenta a minha cabeça?”
“- Não, filho. Porque ele pode apoiar a cabeça de um amigo ou de alguém que ames quando eles choram. E todos precisam de um ombro para chorar nalgum momento das suas vidas. E eu espero que tu tenhas bastante amor e amigos. E um ombro sempre disponível se por acaso alguém precisar de chorar.”
