LIMITES PARA A PAIXÃO

Menos de quatro anos foi o tempo que precisou Paulo Bento para acabar com a minha paixão de décadas. Antes, pensei que mudar de parceiro e de partido era simples. Só não corria risco a mudança de clube. Não. Isso nunca.
Paulo Bento conseguiu a proeza de tornar isso possível. A paixão que seria supostamente inabalável está agora em risco. O meu sportinguismo está em vias de se extinguir. Dou por isso quando já nada do que se passa com o Sporting me aquece ou arrefece. Dou por isso quando já nem sinto a menor vontade de me aproximar de Alvalade e “baptizar” o meu filho mais novo como fiz com as irmãs mais velhas levando-as ao estádio.
“Oh pai, não faz mal eu ser do porto, pois não?”
“Não, filho, hoje não. Tu passas a torcer pelo FC Porto, e eu já nem me chateio. Olha, se calhar, ou deixo de ligar ao futebol ou vou fazer-me sócio do Real Madrid”.