do PÉ para a MÃO

Apenas porque me apeteceu brincar com as palavras




No fundo do quintal
Sente-se um cheiro brutal
De ESTRUME animal
Para permitir ao batatal
Não ser devorado pelo pinhal


Ao longe onde me sento e descanso
Sem ter por perto um pinheiro manso
Consigo vislumbrar um ganso
Que me parece tonto e tanso
Como EU quando me canso

Sofro de um tremendo mal
Não sou nada espiritual
A vida corre-me de maneira tal
Que eu por sinal
Até me SINTO imortal

Perguntem-me agora se sou louco
E eu responderei que não sou pouco
Por isso permitam que diga apetecer-me um coco

Mesmo que não me dêem troco
Ao menos ALGUÉM me dê um soco

Ajudem-me por favor a acordar
Deste sentimento de pesar
Que eu já não consigo sequer controlar
Por muito que OUSE TENTAR
O tempo enfim não me deixa parar

No fim não perguntem o que isto quer dizer
Pois que nem eu sei responder
O melhor mesmo que têm a fazer
É pensar que eu até senti prazer
Nesta coisa sem nexo que estou a escrever


Contudo há coisas que vão ficar
Embora estes versos não sejam para decorar
Quase consigo enxovalhar
Quem por POETA se faz passar
Mas não sente o prazer de poder gozar

Porque a poesia é coisa séria dirão
E só é obtida com muita sofreguidão
E eu sou apenas um parvalhão
Que não tendo com a técnica grande comunhão
Consegui escrever isto DO PARA A
mão