ÚLTIMAS LINHAS

Por não ter vontade nenhuma de voltar a falar de eleições e muito menos do Paulo Bento, que nunca mais ganha… VERGONHA na cara, vou aqui neste post recuperar as últimas linhas do meu primeiro livro "AS PORTAS ou a morte de um mito" (Garrido Editores, 2003).







"(...) Mal acabei de fazer a pergunta, vejo-o levantar os olhos bem abertos na minha direcção. Confesso que a sua altura de dois metros e o ar sério que fez naquele momento fizeram com que me sentisse muito pequeno. Aproximou-se calmamente de mim e sem nunca desviar o olhar foi dizendo também de uma forma muito suave.
- Aquele carro é de um grande amigo que conheci em Cape Town. Ele veio à frente, e quando eu regressei encontrei-o por aqui perdido e à deriva, como um barco sem rumo, da mesma maneira que o tinha encontrado lá, trinta anos antes. Viveu aqui comigo ainda durante algum tempo. Um dia, acordei e ele não estava. Nunca mais soube nada dele. Não levou nada. E o carro também o deixou onde ainda hoje se encontra.
- Terá morrido? - perguntei.
- Não creio – respondeu. – Costumava dizer, “grandes coisas se fazem, quando os homens e as montanhas se encontram”. Um homem que diz isto não morre nunca. É um poeta. E esses são eternos. A última noite que passei com ele ouvi-o dizer que ainda continuava à procura das montanhas. E isto aqui, meu caro, é só uma pequena serra."




E, pronto, agora, vou de fim-de-semana, DESCANSADO, esperando que a Dinamarca ganhe à vizinha Suécia, e que Carlos Queiroz não invente nada no jogo com os húngaros. E sem me ralar nada que a Anita do Bloco de Esquerda continue a ser em Salvaterra de Magos “dona e senhora” do município onde resido. A HIPOCRISIA do plano de governo dos bloquistas sufragado muito recentemente onde é revelado entre outras coisas que são a favor da abolição dos “rodeos” em Portugal, quando o único sítio em que isso se verifica é exactamente no único concelho onde o BE detém a Câmara Municipal, quase me levou a escrever por aqui um desabafo, mas resisti à tentação. Ainda bem. É inútil! Da esquerda à direita, “eles” são todos iguais.