VIAGENS ILUSÓRIAS

Há músicas que aproximam de nós o infinito,
um infinito carregado de mistérios,
coisas ignotas, coisas por desvendar,
no qual se pressentem gemidos inquietantes,
serpentis,
de acordeões palpitantes,
em Paris…
E a boca sabe-nos
a cigarros há muito já fumados
e a beijos que nunca foram dados…
E a nossa imaginação arrasta-nos
a ruas tortuosas de bairros estranhos e sombrios
e é então que bebo aquela luz
das sombras projectadas
sobre as pedras amolgadas
onde a fantasia me conduz…

Mas estes infinitos deslumbrados
de promessas e visões
não passam de quimeras, ilusões,
dos meus nervos esgotados…