Por estes dias, à medida que se aproxima o pontapé-de-saída para o Mundial da África do Sul, dou por mim às voltas com o pensamento, a tentar arranjar maneira de entender qual o motivo de tamanha descrença relativamente à selecção portuguesa. Anda não consegui chegar a nenhuma conclusão. Tenho muita pena de dizer isto, mas, os descrentes também não sabem bem porque é que não se sentem optimistas como em outras ocasiões bem recentes, ainda antes de Carlos Queiroz ter sido contratado para dirigir os destinos da “equipa de todos nós”. Na verdade, nenhum daqueles que não acredita numa prestação positiva da selecção consegue explicar por “A+B” qual o verdadeiro motivo para tal pessimismo. As tentativas, na verdade, são mais que muitas, os argumentos é que me parecem um pouco desprovidos de substância. Ou é porque a selecção sentiu dificuldades no apuramento para a fase final, o que é verdade, mas conseguiu. Mas, também ninguém ainda reparou que Portugal em 10 jogos perdeu apenas 1? Ou é porque as exibições não foram tão conseguidas como gostariam, o que é verdade. Mas será que ninguém reparou que o Inter de Milão, por exemplo, ganhou a Liga dos Campeões sem deslumbrar ninguém? E, ainda assim, Mourinho foi considerado um obreiro pelos mesmos que desdenham Queiroz? O mesmo que continua a não ser tido em conta no facto de Portugal ter atingido pela primeira vez um lugar tão alto no ranking da FIFA devido aos resultados positivos (3º lugar apenas atrás do Brasil e da Espanha). E se mesmo assim, após torcerem o nariz e dar a mão à palmatória devidos a esses resultados positivos que ainda nem sequer tinham reparado, e que foram conseguidos quase de forma invisível e sem grandes parangonas da imprensa e sem apelos a bandeirinhas nas janelas e excursões de autocarro e a rezas à Nossa senhora do Caravaggio, os pregadores da desgraça remetem-se aos nomes excluídos pelo seleccionador para tentar captar a descrença de quem estiver com dificuldade em ver o que só aos olhos deles é visível. Ora, é a ausência de Quim, que daria um “óptimo 3º guarda-redes(?)” ou Ruben Amorim, um “polivalente no banco(?)”, ou Carlos Martins, ou Nuno Gomes, ou João Moutinho, ou Rui Patrício… todos óptimos como SEGUNDAS escolhas. Na verdade, nenhum dos nomes apontados e “esquecidos” por Queiroz seria, uma escolha para alinhar no “onze” inicial em plena fase final de um campeonato do mundo. Mas, eles embirram porque têm de continuar a sentir ódio por Carlos Queiroz, o único homem que por duas vezes consecutivas deu 2 títulos mundiais a uma selecção portuguesa em campeonatos do Mundo. Ah, era um campeonato de “putos”, dirão… o que é extraordinário. Esquecem-se, contudo, como vibraram de satisfação e de orgulho. Daí para cá, e devido ao seu trabalho de base que deu frutos naquela que haveria de ficar conhecida por “geração de ouro” raramente falhámos um Mundial e um Europeu. Mas isso não chega! Para o anedótico português não chega o facto de Queiroz ter sido treinador do Sporting, do Real Madrid, da selecção da África do Sul (que qualificou para um campeonato do Mundo), ter treinado na Ásia e ter sido adjunto durante anos de um clube “desconhecido” como o Manchester United para acreditarem que é o que Portugal tem de melhor para levar os “navegadores” a atravessar o Cabo da Boa Esperança. Esses “Velhos do Restelo” esperam mesmo é que ele dê de caras com o Adamastor e que o cabo seja o das Tormentas para poderem continuar a afirmar as suas convicções para assim continuarem a dar vitórias e votos de confiança a quem tem levado o país à desgraça em que ele se encontra. Eles são os mesmos que berram escandalizados pelo facto da PT ser vendida a estrangeiros mas que nunca foram capazes de ousar votar no PCP. Esses?!.. Só assim continuarão a ser tidos e achados por aqueles que lhes dão tempo de antena nos “media” nacionais. De outra forma perderão as avenças que lhes permite sustentar os condomínios com piscina privativa. Na verdade, e sejamos honestos, quem ousa trocar este “onze” por outro: Eduardo; Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Pepe, Deco e Raul Meireles; Cristiano Ronaldo, Liedson e Simão? Este é o “onze de Queiroz”.
Alguém faz melhor? Eu imagino que sim. Não é à toa que este país é o número “3” do Mundo em todas as outras áreas.
