Vem aí um novo grande escândalo. Desta vez na Câmara de Lisboa.
Vem nos jornais e, por isso, podem os «pê-esses» dar vazão à sua indignação, mas não podem desmentir factos.
Um «profissional PS», jovem de 26 anos, sem currículo nem formação de nível superior, está a desempenhar as funções de assessor técnico e político do gabinete duma vereadora da Câmara de Lisboa, auferindo um ordenadozinho de 3950 euros ilíquidos, a recibo verde.
Até aqui... é o normal. De resto, o assessor estava desempregado, fora funcionário do PS (lugar donde se despedira) e tinha sido candidato derrotado à Junta de Freguesia de Belém. Coitado do moço: precisava de uma compensaçãozinha por tanto infortúnio.
O pior vem depois: o nosso «artista» tem acumulado esse vencimento com cerca de 41.100 euros de subsídios relacionados com a criação do seu próprio posto de trabalho! Incrível? Nem por isso!
O rapaz é filho dum funcionário do PS que, até 2008, residiu numa casa da autarquia lisboeta, onde pagava a incrível renda de 48 euros mensais.
O currículo do jovem é notável: frequentou, sem concluir, o ensino secundário e entrou para os quadros do Partido Socialista. Mais tarde rescindiu o contrato, passando a receber o subsídio de desemprego.
Quando se candidatou – e perdeu – as eleições à Junta de Belém, criou uma empresa de construção civil, com sede na sua residência, tendo recebido o pagamento antecipado dos meses de subsídios de desemprego a que ainda tinha direito, com vista à criação do seu próprio posto de trabalho.
O Instituto do Emprego e Formação Profissional também lhe aprovou um subsídio, não reembolsável, de 57.439 euros, para apoio à sua empresa e para a criação de quatro postos de trabalho, incluindo o seu.
Nesse mesmo mês, o novíssimo empresário celebrou dois contratos de prestação de serviços com a Câmara de Lisboa, para desempenhar funções de "assessoria técnica e política” que estabelecem o valor de 3950 euros mensais, para o jovem prestar serviços no gabinete duma vereadora socialista e no Gabinete de Apoio ao Agrupamento Político dos Vereadores do PS.
*Texto de Lourenço Anes, publicado no blogue Calçadão de Quarteira.
Nota do autor deste blog:
Ainda me perguntam porque faço greve?... É POR ESTA E POR OUTRAS.
